A TRILHA




O dia começa cedo. Verifica-se se tudo está pronto para dar inicio à trilha.  A correia que liga o trator à “trilhadeira”… Tende atençon cula correia, nun passeis por baixo, qu'inda podeis quedar cula cabeça rapada!


“Os da palha” colocam lenços á volta da cara, tapam a boca e o nariz, de modo a não respirar o pó fino que deriva da trilha do cereal . pó tão fino que se entranhava mesmo assim, na boca e nos pulmões.

Trabalho mais difícil, é atirar os “manolhos” do bornal para a “boca” da trilhadeira. Ali, um homem sacode com habilidade o manolho para que a máquina funcione o melhor possível. De um lado, envoltos em nuvem espessa de pó, sai a palha, que é arrumada por homens, mulheres e até crianças.

À frente da trilhadeira , em  pequenas bocas de saída, prendem-se os sacos que recolhem o  trigo e ou centeio, já praticamente limpo e pronto a seguir para as tulhas,  não sem antes ser pesado e pagar (com trigo) ao dono da  trilhadeira a respetiva maquia.

O calor era abrasador e neste tempo ainda havia um sentimento generalizado que parece estar cada vez mais longe dos dia de hoje onde impera o mundo das finanças.  SOLIDARIEDADE. Solidariedade e partilha e amizade e confiança e verdadeira amizade entre as pessoas.

Depois do trabalho, merendava-se e apesar do cansaço, a felicidade, reinava.

As duas fotos que se seguem documentam bem o que tentei transmitir com estas  pobres e resumidas palavras.


A primeira foto foi tirada da net. e sei que pertence a alguém de Sendim. Desde já, agradeço a dupla compreensão do autor pela utilização da fotografia e pelo abuso de a ter modificado.

Na segunda foto, estão pessoas que já nos deixaram (umas muito queridas e outras muito amigas) e outras ainda andam por aqui. Não vou mencionar os nomes, mas sei que quem for de Sendim, irá com certeza identificar algumas destas pessoas.
 



    




b           

4 comentários:

  1. Belo testemunho de vida e das nossas tradições

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  2. Bom trabalho!
    Gostei de ver a todos, mas tiu Beijamim fez-me lembrar o bom vinho sendinês que algumas vezes provei das suas cubas!
    Quase identifiquei a todos!

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  3. Olá! Lembro.me de assistir às malhadas na minha aldeia ,quando era miúda. Um abraço.

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  4. Obrigada por postar uma foto do meu bisavô Benjamin. Não o conheci pessoalmente mas o reconheci na foto. Abraços e gratidão - Erica filha do Benjamin e neta da Clotilde.

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